domingo, 7 de junho de 2015

A Militarização das polícias é mundial, afirma pesquisador...


A morte do brasileiro Jean Charles de Menezes nas ruas de Londres em 2005. A ação policial nos protestos no Brasil antes da Copa do Mundo. Policiamento agressivo e militarizado contra manifestantes em cidades como Londres, Toronto, Paris e Nova York.
A tese defendida pelo britânico Stephen Graham, professor de Cidades e Sociedades na Escola de Arquitetura da Universidade de Newcastle, é que todos os eventos acima estão relacionados.
Segundo ele, a maior urbanização do mundo está gerando cidades mais desiguais e polícias militarizadas.
A morte do brasileiro Jean Charles, por exemplo, ocorreu, diz ele, por causa do uso da tecnologia "shoot to kill" (atirar para matar), desenvolvida para confrontar os riscos de homens-bomba em locais como Tel Aviv e Halifa.
Leia a seguir trechos da entrevista concedida por Graham, que estará em evento em São Paulo na semana que vem.
Folha - Por que as polícias estão mais militarizadas?
Graham - O novo militarismo urbano está relacionado com a maior urbanização mundial. As forças de segurança estão mudando a forma como elas vêm os inimigos. A estratégia para trabalhar com movimentos sociais e políticos, que às vezes são radicais, está sendo repensada. O desafio agora é ter uma estratégia para controlar as cidades. No início dos anos 2000, as forças de segurança, como as americanas e britânicas, atuaram muito contra vários grupos sociais em cidades como Cabul e Bagdá. Ao mesmo tempo, vimos uma incrível militarização em polícias das cidades de Londres e Nova York. Existe uma paramilitarização ao redor das grandes reuniões de líderes políticos [como as do G-8] e dos grandes eventos políticos, caso da Olimpíada.
A militarização é um fenômeno mundial?
No Brasil sei que isso é uma grande questão em debate neste momento, por causa da realização da Copa do Mundo [de 2014] e da Olimpíada [de 2016] e de eventos como a pacificação das favelas. Mas é um fenômeno global porque o mundo vem se urbanizando de forma muito rápida. O desafio é dar segurança às elites face aos conflitos não contra outros países, mas contra grupos da sociedade local.
Na prática, qual é a saída para controlar esses conflitos?
Sou um grande crítico da militarização da polícia, mas entendo que há vários níveis de violência em toda a sociedade, relacionados com o funcionamento dos sistemas políticos e econômicos. No caso do Brasil e da América Latina, existe muita violência por parte do tráfico de drogas. Não há uma solução simples para isso, mas o grande problema é quando essas ações começam a minar os princípios legítimos da democracia. É importante dizer que nos últimos 50 anos ocorreram mudanças positivas na América Latina. Temos que aprender com isso. A melhor solução é a social e não a militar.
Pelo seu raciocínio, a saída passa por uma mudança cultural ligada à violência. Como fazer essa transição?
A questão é complexa, porque você precisa melhorar o bem-estar de todos, tornar as sociedades mais igualitárias. Processo que nem sempre é fácil porque as elites muitas vezes não querem as mudanças que precisam ser feitas pelo sistema político. Conforme publicado no Link a seguir... http://www.fab.mil.br/notimp
Fonte: Folha de São Paulo e também falaram sobre isso nos seguintes links.... 
E muito mais sobre esse tema esta lá...
[1] FOLHA DE SÃO PAULO ONLINE, 2012. Notícia de 11/09/2006. Disponível em:
http://www.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u125842.shtml
Acessado em 20 de julho de 2013.
[2] REVISTA ÉPOCA ONLINE, 2012. Notícia de 27/01/2012. Disponível em:
Acessado em 20 de julho de 2013.
Capa Notimp Para britânico, forças de segurança estão importando técnicas de guerra para as cidades, como a que matou Jean Charles, em 2005 - Eduardo Geraque De São Paulo

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