Eu caminhava no meu Rio de Janeiro
Quando alguém me parou e falou: Aí, parceiro!
Me dá tua mão que eu quero ver se tá com cheiro
Porque eu sou um cara honesto e detesto maconheiro.
Eu tinha acabado de sair do banheiro
E dei a mão pra ele cheirar mas foi uma cena bizonha
Ele cheirou a minha mão por um tempo
Eu disse: Espera, tu não é o Capitão Nascimento?
Que vergonha, meu capitão!
Procurando maconha no calçadão
Qual é a tua missão?
Eu vi teu filme mas não me leve a mal
Não me tortura assim, não, que eu sou um cara legal.
Em certas coisas eu concordo contigo
Mas não é assim que você vai achar os grandes bandidos.
Esse país tá fodido. Ele falou: Eu sei disso!
Quando eu entrei na PM, eu assumi um compromisso, eu
luto pela justiça.
Eu também. Sem justiça não tem paz e sem paz eu sou refém
A injustiça é cega e a justiça enxerga bem
Mas só quando convém
A lei é do mais forte, no Bope ou na Febem
Na boca ou no Supremo
Que justiça a gente tem? Que justiça nós queremos?
Os corruptos cassados?
Nunca serão!
Cidadãos bem informados?
Nunca serão!
Hospitais bem equipados?
Nunca serão! Nunca serão! Nunca serão!
Os impostos bem usados?
Nunca serão!
Os menores educados?
Nunca serão!
Todos alfabetizados?
Nunca serão! Nunca serão! Nunca serão!
Capitão, não sei se você soube dessa história
Que rolou num povoado peruano se não me falha a
memória
Um político foi morto pelo povo
Um corrupto linchado por um povo que cansou de
desrespeito
E resolveu fazer justiça desse jeito
Foi um linchamento, foi um mau exemplo
Foi um mau exemplo mas não deixa de ser um exemplo
Eu sou contra a violência, mas aqui a gente peca por
excesso de paciência
Com o "rouba mas faz" dos verdadeiros marginais
Chamados de "doutor" e "vossa excelência"
Cujos nomes não preciso dizer
A imprensa publica, mas tudo indica que a justiça não
lê
Diz que é cega, mas o lado dos colegas ela sempre vê
Capitão, isso é um serviço pra você!
Deputado, pede pra sair!
Pede pra sair, deputado!
Sabe o que você é? Um moleque, é isso que você é!
Senador, pede pra sair!
(Desisto!)
Mais alto, senador!
(Desisto!)
Vagabundo! Cadê o dinheiro que você desviou dessa obra
aqui? (Não sei, não.)
Fala, Vossa Excelência! É melhor falar! (Não sei.)
Cadê a verba da merenda que sumiu?
02, o corrupto não quer falar, não! Pode pegar o cabo
de vassoura!
(Tá bom, eu vou falar, eu vou falar!)
Conversei com o Nascimento, que não pensa como eu penso
Mas pensando nós chegamos num consenso
Nós somos vítimas da violência estúpida que afeta todo
Mundo, menos esses vagabundos lá da cúpula corrupta
hipócrita e nojenta
Que alimenta a desigualdade e da desigualdade se
alimenta
Mantendo essa política perversa
Que joga preto contra branco, pobre contra rico e
vice-versa
Pra eles isso é jogo, esse é o jogo
Se morre mais um assaltante ou mais um assaltado,
tanto faz
Pra eles não importa, gente viva ou gente morta
É tudo a mesma merda
Os velhos nas portas dos hospitais, as crianças
mendigando nos sinais
Pra eles nós somos todos iguais
Operários, empresários e presidiários e policiais
Nós somos os otários ideais
Enquanto a gente sua e morre
Só os bandidos de gravata seguem faturando e
descansando em paz
Enquanto esses covardes continuam livres, nós só temos
grades
Liberdade já não temos mais
Quando alguém me parou e falou: Aí, parceiro!
Me dá tua mão que eu quero ver se tá com cheiro
Porque eu sou um cara honesto e detesto maconheiro.
Eu tinha acabado de sair do banheiro
E dei a mão pra ele cheirar mas foi uma cena bizonha
Ele cheirou a minha mão por um tempo
Eu disse: Espera, tu não é o Capitão Nascimento?
Que vergonha, meu capitão!
Procurando maconha no calçadão
Qual é a tua missão?
Eu vi teu filme mas não me leve a mal
Não me tortura assim, não, que eu sou um cara legal.
Em certas coisas eu concordo contigo
Mas não é assim que você vai achar os grandes bandidos.
Esse país tá fodido. Ele falou: Eu sei disso!
Quando eu entrei na PM, eu assumi um compromisso, eu
luto pela justiça.
Eu também. Sem justiça não tem paz e sem paz eu sou refém
A injustiça é cega e a justiça enxerga bem
Mas só quando convém
A lei é do mais forte, no Bope ou na Febem
Na boca ou no Supremo
Que justiça a gente tem? Que justiça nós queremos?
Os corruptos cassados?
Nunca serão!
Cidadãos bem informados?
Nunca serão!
Hospitais bem equipados?
Nunca serão! Nunca serão! Nunca serão!
Os impostos bem usados?
Nunca serão!
Os menores educados?
Nunca serão!
Todos alfabetizados?
Nunca serão! Nunca serão! Nunca serão!
Capitão, não sei se você soube dessa história
Que rolou num povoado peruano se não me falha a
memória
Um político foi morto pelo povo
Um corrupto linchado por um povo que cansou de
desrespeito
E resolveu fazer justiça desse jeito
Foi um linchamento, foi um mau exemplo
Foi um mau exemplo mas não deixa de ser um exemplo
Eu sou contra a violência, mas aqui a gente peca por
excesso de paciência
Com o "rouba mas faz" dos verdadeiros marginais
Chamados de "doutor" e "vossa excelência"
Cujos nomes não preciso dizer
A imprensa publica, mas tudo indica que a justiça não
lê
Diz que é cega, mas o lado dos colegas ela sempre vê
Capitão, isso é um serviço pra você!
Deputado, pede pra sair!
Pede pra sair, deputado!
Sabe o que você é? Um moleque, é isso que você é!
Senador, pede pra sair!
(Desisto!)
Mais alto, senador!
(Desisto!)
Vagabundo! Cadê o dinheiro que você desviou dessa obra
aqui? (Não sei, não.)
Fala, Vossa Excelência! É melhor falar! (Não sei.)
Cadê a verba da merenda que sumiu?
02, o corrupto não quer falar, não! Pode pegar o cabo
de vassoura!
(Tá bom, eu vou falar, eu vou falar!)
Conversei com o Nascimento, que não pensa como eu penso
Mas pensando nós chegamos num consenso
Nós somos vítimas da violência estúpida que afeta todo
Mundo, menos esses vagabundos lá da cúpula corrupta
hipócrita e nojenta
Que alimenta a desigualdade e da desigualdade se
alimenta
Mantendo essa política perversa
Que joga preto contra branco, pobre contra rico e
vice-versa
Pra eles isso é jogo, esse é o jogo
Se morre mais um assaltante ou mais um assaltado,
tanto faz
Pra eles não importa, gente viva ou gente morta
É tudo a mesma merda
Os velhos nas portas dos hospitais, as crianças
mendigando nos sinais
Pra eles nós somos todos iguais
Operários, empresários e presidiários e policiais
Nós somos os otários ideais
Enquanto a gente sua e morre
Só os bandidos de gravata seguem faturando e
descansando em paz
Enquanto esses covardes continuam livres, nós só temos
grades
Liberdade já não temos mais
Fonte da Letra...
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