INTERPRETAÇÃO DA MÚSICA
"Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não = IGUALDADE
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção = RESISTÊNCIA
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer = MUDANÇA
Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão = INUTILIDADE DA GUERRA
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão = DESCASO COM A VIDA
Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão" = ESPERANÇA
"Prá não dizer que não felei das flores" é um apelo nacional de mudança. Veio de encontro às aspirações do povo brasileiro que vivia um regime de opressão e instabilidade econômica, social e política. Aclamada num festival estudantil traz no seu bojo toda a força, inconformidade e chamado de luta e de mudança, características próprias da juventude. Ela fala em união, igualdade, integração e aborda os problemas sociais da época, a pobreza, a reforma agrária, a vida dos soldados nos quartéis, a inutilidade das guerras conclamando a todos para uma ação conjunta de mudanças, sem demora.
Em 1935, nasce na Paraíba Geraldo Pedrosa de Araújo Dias, ou simplesmente Geraldo Vandré. Aos 16 anos muda-se para o Rio de Janeiro com a família, onde conhece pessoas ligadas ao meio artístico, como o compositor Valdemar Henrique, Baden Powell e Luís Eça, e sempre interessado por música, tornando-se cada vez mais famoso no ambiente dos festivais. No ano de 1968 a música "Pra Não Dizer que Não Falei de Flores" conquista o segundo lugar no festival da TV Globo, apesar de ser favorita do público, perdendo para "Sabiá" (Chico Buarque/ Tom Jobim). Concluiu a faculdade de Direito, ligando-se a movimentos estudantis de grande repercussão, no entanto, "pendurou" seu diploma em função da sua grande paixão pela música. Com a promulgação do AI-5(Ato Institucional nº 05) e o acirramento da ditadura, foi exilado, e morou no Chile, França, Argélia, Alemanha, Áustria, Grécia e Bulgária nos 4(quatro) anos que ficou fora do Brasil. Vandré tornou-se uma espécie de "mito" da resistência à ditadura, por ter ficado sem fazer shows no Brasil desde 1968. Apresentou-se no Paraguai em 1982 e 1985, rompendo mais de uma década de silêncio.
Durante a década de 1960, delinearam-se na música popular brasileira três grandes tendências: a primeira era composta por artistas que herdaram a experiência da Bossa Nova (ou seus próprios representantes), e compunham uma música que possuía relações com o samba e o jazz (grupo no qual pode-se inserir a figura de Chico Buarque); um segundo grupo reunido sob o título "Canção de Protesto", que em geral estava pouco interessado em discutir a música propriamente dita mas fazer da canção um instrumento de crítica política e social (neste grupo destaca-se a figura de Geraldo Vandré); e finalmente havia um terceiro grupo, especialmente dedicado a promover experimentações e inovações estéticas na música formado justamente pelos artistas tropicalistas.
https://www.youtube.com/watch?v=oIUkeEeW9DI&feature=share
** em 27/09/2010
Depois de quatro décadas de isolamento, o cantor e compositor Geraldo Vandré, que se transformou em um dos maiores enigmas da MPB, resolve finalmente quebrar o silêncio. Autor de clássicos como "Disparada" e "Pra Não Dizer que Falei das Flores" -- esta, transformada em hino de manifestações contra a ditadura militar - Vandré deu uma entrevista ao repórter Geneton Moraes Neto no dia em que completava 75 anos de idade. Desde que voltou do exílio, no segundo semestre de 1973, ele não falava para a televisão.
"Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não = IGUALDADE
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção = RESISTÊNCIA
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer = MUDANÇA
Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão = INUTILIDADE DA GUERRA
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão = DESCASO COM A VIDA
Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão" = ESPERANÇA
"Prá não dizer que não felei das flores" é um apelo nacional de mudança. Veio de encontro às aspirações do povo brasileiro que vivia um regime de opressão e instabilidade econômica, social e política. Aclamada num festival estudantil traz no seu bojo toda a força, inconformidade e chamado de luta e de mudança, características próprias da juventude. Ela fala em união, igualdade, integração e aborda os problemas sociais da época, a pobreza, a reforma agrária, a vida dos soldados nos quartéis, a inutilidade das guerras conclamando a todos para uma ação conjunta de mudanças, sem demora.
Em 1935, nasce na Paraíba Geraldo Pedrosa de Araújo Dias, ou simplesmente Geraldo Vandré. Aos 16 anos muda-se para o Rio de Janeiro com a família, onde conhece pessoas ligadas ao meio artístico, como o compositor Valdemar Henrique, Baden Powell e Luís Eça, e sempre interessado por música, tornando-se cada vez mais famoso no ambiente dos festivais. No ano de 1968 a música "Pra Não Dizer que Não Falei de Flores" conquista o segundo lugar no festival da TV Globo, apesar de ser favorita do público, perdendo para "Sabiá" (Chico Buarque/ Tom Jobim). Concluiu a faculdade de Direito, ligando-se a movimentos estudantis de grande repercussão, no entanto, "pendurou" seu diploma em função da sua grande paixão pela música. Com a promulgação do AI-5(Ato Institucional nº 05) e o acirramento da ditadura, foi exilado, e morou no Chile, França, Argélia, Alemanha, Áustria, Grécia e Bulgária nos 4(quatro) anos que ficou fora do Brasil. Vandré tornou-se uma espécie de "mito" da resistência à ditadura, por ter ficado sem fazer shows no Brasil desde 1968. Apresentou-se no Paraguai em 1982 e 1985, rompendo mais de uma década de silêncio.
Durante a década de 1960, delinearam-se na música popular brasileira três grandes tendências: a primeira era composta por artistas que herdaram a experiência da Bossa Nova (ou seus próprios representantes), e compunham uma música que possuía relações com o samba e o jazz (grupo no qual pode-se inserir a figura de Chico Buarque); um segundo grupo reunido sob o título "Canção de Protesto", que em geral estava pouco interessado em discutir a música propriamente dita mas fazer da canção um instrumento de crítica política e social (neste grupo destaca-se a figura de Geraldo Vandré); e finalmente havia um terceiro grupo, especialmente dedicado a promover experimentações e inovações estéticas na música formado justamente pelos artistas tropicalistas.
https://www.youtube.com/watch?v=oIUkeEeW9DI&feature=share
** em 27/09/2010
Depois de quatro décadas de isolamento, o cantor e compositor Geraldo Vandré, que se transformou em um dos maiores enigmas da MPB, resolve finalmente quebrar o silêncio. Autor de clássicos como "Disparada" e "Pra Não Dizer que Falei das Flores" -- esta, transformada em hino de manifestações contra a ditadura militar - Vandré deu uma entrevista ao repórter Geneton Moraes Neto no dia em que completava 75 anos de idade. Desde que voltou do exílio, no segundo semestre de 1973, ele não falava para a televisão.
Geraldo Vandré quebra o silêncio (2/4)...
https://www.youtube.com/watch?v=p7wD7dGx5h0
Geraldo Vandré quebra o silêncio (3/4)
https://www.youtube.com/watch?v=C-5o2janCmg
Geraldo Vandré quebra o silêncio (4/4)
https://www.youtube.com/watch?v=48b9UBGu1XU
O que sou nunca escondi (2009) - Um filme sobre Geraldo Vandré - Dirigido por Alexandre Napoli, Helena Wolfenson e William Biagioli.
Projeto experimental em Videojornalismo - PUC-SP.
Orientação de Renato Levi.
56 minutos / São Paulo- SP / 2009.... ( No túnel do Tempo)
https://www.youtube.com/watch?v=S8vHfwoofu4
Geraldo Vandré Arquivo do DOPS (1968)
FIlme com imagens rarissimas do cantor, e como o DOPS rastreava os seus passos. Créditos agejor-(Do Fundo do Baú)...
https://www.youtube.com/watch?v=DH0NjgXE0OY
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